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Mostrando postagens de agosto, 2018

Sobre Trilhos à Beira-Mar

Imagens vêm e vão. Não me deixam em paz nos intervalos. Procuro ocupar meu tempo Com coloridos e infindáveis pensamentos A fim de sublimar meus medos. Eles nem são tantos... Representam apenas mais ou menos, grande parte de mim. Imagens vêm e vão. Elas se renovam e se revezam em lembranças E me levam de volta àquela maldita estação Onde por longos minutos, vida minha quase vi por um fio. Um fim de linha. Stop! “Nossos comerciais, por favor!” Retornar à realidade doeu no corpo deveras cansado. A alma aturdida, Mente descontrolável. Onde estão os meus sentidos nessa noite de abismos e sombras? Madrugada tão pouca em breve acalmar. Todas as canções, todas as futuras alegrias nos próximos dias, Não me farão chegar ao que eu fui um dia, À calmaria de um desconfortante recomeçar. A vida passa como desgraça sobre trilhos à beira mar. É preciso seguir, submergir para não naufragar. Sonhos, ainda em mim. Vida há enfim.

Da série "Frogmentos"...

“Incomoda-me demais esse ranço sócio-político-preferencial que nos envolve e que as redes sociais só fazem estimular.  O "pensamento" é restrito e o foco principal acaba sendo sempre descartado em função de individualismo e miopia cultural.” 

Aquele Maldito das Formigas

Eu incinerei as formigas. As formigas estavam na plataforma do meu fogão. Elas incomodavam o meu preparar. Eu incinerei as formigas com o fogo das bocas e dos meus olhos de nojo. Elas são repugnantes. Assim, elas “são-me”. Chegam sem avisar, ocupando espaços que não são delas... E trazem as impurezas da miséria Por onde, lentamente, caminham miscigenando as bactérias. Eu incinerei todas elas, agora, com o acendedor de fogão. Eu as impedi de invadirem os meus alimentos na panela destampada. Os que eu preparo para minha fome matar. Assim como eu as matei agora, Incinerando todas elas com o meu repugnar. As formigas são nojentas e fétidas. Elas frequentam o lixo das casas - a discreta abnegação da burguesia, E lá devem ficar. Pois, se elas comem baratas, em nada hão de me agregar. Formigas... Formigas... Formigas...

Anti-Doce

Hoje, até o doce está doce demais. O sabor açucarado me causa náusea de raiva por necessitar de enérgico sabor. O doce, hoje, não me despertou frescor. A glicose atingiu minha alma, passando batida pelo meu sangue em brasa. O dócil me traz o ócio de ter de fazer o que não me agrada, O que me revolta, O que me agride moralmente. Não há paladar que me aguente! Hoje, e nas próximas horas, nos momentos recentes, Tudo em mim, agora, transcende. Ultrapassa os devidos e coadjuvantes espaços, Rompendo laços de infinita aflição. Eu quero gritar! Não devo. Eu quero voar... Não posso! Eu quero extirpar a dor que habita em meu peito. Exagero? Só sei que não me aguento mais. Hoje, até o doce está doce demais Eu, ácido. O que faço para encontrar alguma paz?

Somos humanos!

A vida é um ensaio constante. Nunca estreamos de verdade, pois estamos sempre tentando ajustar o seu texto pra ficar melhor. E para que isso aconteça, são necessárias as pausas. Elas complementam o processo criativo, estimulam a disciplina, o ritmo da boa produção. Por vezes longa, nos fazem entender melhor certos valores e as relativas mudanças. Estamos sempre a caminhar numa direção cujo destino não sabemos, mas fingimos a nós mesmos que há de ser melhor que o início da estrada. Talvez seja mesmo, pois quilômetros rodados representam experiência, vivência, boas e más lembranças, mas acima de tudo, referências para evitarmos os mesmos erros. Esse eterno iniciar, pausar e retornar é o elixir da vida. Transcodifica nossa humildade, afastando-nos de vez da arrogância de quem pensa que sabe tudo. Somos humanos! Incongruente sabermos tudo. Pena que a maioria não raciocine assim. Enfim, estou mais uma vez de volta pro meu aconchego, pro meu cais de porto, pro meu sustentáculo. Como