Eu
incinerei as formigas.
As
formigas estavam na plataforma do meu fogão.
Elas
incomodavam o meu preparar.
Eu
incinerei as formigas com o fogo das bocas e dos meus olhos de nojo.
Elas
são repugnantes.
Assim,
elas “são-me”.
Chegam
sem avisar, ocupando espaços que não são delas...
E
trazem as impurezas da miséria
Por
onde, lentamente, caminham miscigenando as bactérias.
Eu
incinerei todas elas, agora, com o acendedor de fogão.
Eu
as impedi de invadirem os meus alimentos na panela destampada.
Os
que eu preparo para minha fome matar.
Assim
como eu as matei agora,
Incinerando
todas elas com o meu repugnar.
As
formigas são nojentas e fétidas.
Elas
frequentam o lixo das casas - a discreta abnegação da burguesia,
E
lá devem ficar.
Pois,
se elas comem baratas, em nada hão de me agregar.
Formigas...
Formigas... Formigas...
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