É... Faz tempo! Tempo que não passo
por aqui deixando alguma impressão, "uma palavra, um ditado, uma
frase...". Melhor evitar escrever/postar quando não se tem algo
convincente, encorpado que de fato valha a pena. Passei por momentos de muita tensão,
ansiedade, preocupações rotineiras, tentativas de fazer coisas importantes e
relevantes por mim mesmo e só agora me sinto mais tranquilo para tentar criar,
compor o que seja.
Aproxima-se o lançamento de meu
livro "RETROCÊNCIAS", pela Editora Autografia. Estou nervoso, mas não
aquele descontrolado, descompassado, que não se pensa em outra coisa noite e
dia. Não! Um nervosismo absolutamente normal, esperado, que faz parte nesse
tipo de ocasião. Sou detalhista, perfeccionista ao extremo, me preocupo com uma
vírgula que não esteja devidamente em seu lugar, um detalhe que não tenha saído
ao meu gosto... Sou chato, exigente, assumo tudo isso. Sou mesmo. E não estou
errado! É o meu livro! Demorei tempo para vê-lo criado, tomando forma, todo seu
processo foi uma mistura de prazer e dor concomitante. Agora é hora de dar-lhe
a liberdade das gôndolas e prateleiras das melhores casas do ramo. É o momento
que o filho larga de nossas mãos e vai pra vida conquistar seu lugar nesse
mundo miserável de medíocre inteligência e formação.
Sei que será folheado por mãos
certas, dignas, merecedoras de seu conteúdo e formato. Mas quero compartilhar
com essas mãos e seus respectivos olhos, o melhor de mim. O melhor de minha
produção. Eu me dediquei. Eu me dediquei nesse tempo a esta obra, com todo
cuidado, com todo o cerne que um escritor tem de ter quando escreve algo para
ser veiculado, seja lá qual for a maneira. Porque mesmo que o livro tome espaço pela sua
própria essência, eu sou responsável por qualquer que seja seu destino: sucesso
ou fracasso. E o sucesso é sempre o desejado.
Enfim, agora tá tudo adiantado:
capa pronta, miolo diagramado, tudo revisado e avalizado à espera da prensagem.
Data e hora marcadas, local definido, divulgação feita. Não há mais o que
mexer! E enquanto essa etapa não se
conclui, eu posso pensar na roupa que vou usar no dia... Posso decidir se tiro
ou não a barba, se deixo um cavanhaque, se raspo a cabeça ou pinto os cabelos
que me restam de azul... Por aí.
Sempre fico assim em fins de ano. É
uma época que não me agrada, mas que tem uma importância se for bem respeitada.
O findar de atividades, fechamento de ciclos e preparação para o início de
outros, hora de passar o ano a limpo e ver o que não se pôde fazer e tentar
jogar com um pouco mais de organização para o ano que daqui a pouco tá batendo
na porta. Rever os erros e prometer-se não cometê-los mais. Reconhecer os brios
e levar consigo em direção ao desconhecido. Agradecer por todo aprendizado. O
mais importante de tudo antes. Talvez o mais difícil. Reflexões, Renovação...
E como diz a canção: "É tempo de me ver / Porque já estou
com fome / Também já tenho sede / E já nem solto os "ais" / Estou
como os animais / Sem raciocinar / Mas não sou cão sem dono / E nem um rei sem
trono / É hora de você pintar.”
[É HORA DE PINTAR
(Martinho da Vila) - Beth Carvalho]
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