A vida nos apresenta caminhos, os mais diversos, todo o tempo. Desde que nascemos é assim. A diferença é que durante a infância e até adolescência, somos comandados por pais, valores, costumes - muitas vezes errados - e não dimensionamos que existe um mundo além daquela redoma familiar ao qual fomos criados. Tornamo-nos adultos, mas a área de conforto é inevitável e continua a nos prender de um outro jeito, através de novos conceitos, estratagemas emocionais, fatos da vida cotidiana e difícil.
O tempo nos alerta que é preciso nos posicionar. Essa lembrança é remetida a nossas mentes, sempre, nas mais banais circunstâncias. Fingimos então que podemos adiar as decisões e vamos levando. Até a chegada hora do limite, onde palavras já não são mais postas em prática, via diálogos e as "deixas" são sinalizadas pelas atitudes, silêncios e rotineiras omissões. Dói encarar que o perto equivale ao bem distante e que é preciso libertar-se da prostração nossa do dia a dia e valorizarmos a capacidade única que temos em fazer-nos acontecer.
Viver somente não é o bastante. Precisamos lutar pela nossa própria independência, seja ela financeira, física, mas principalmente emocional. A distância, muitas vezes, aproxima as pessoas, a maior parte das famílias. Nada contra em ser visita! É saudável. É normal. É necessário, um dia. É a vida! A vida é isso, sabe... É como a criança que sai do colo, começa a engatinhar, vai ficando devagarzinho de pé, dá os seus primeiros passos segurando as mãos da mãe, do pai ou quem quer que seja e sem imaginarmos, ela se solta e dá uma corrida sozinha. Aí, a criança cai, levanta e tenta de novo. Pode ser que não sinta firmeza, pode ser que vá mais longe um pouquinho e, aos poucos, vai tomando lá o seu rumo. São as "deixas" da vida! Não tem jeito. Um dia é chegada a hora de entrarmos em cena depois de muito ensaio. Acho que até aqui, eu vivi assim, ensaiando o ser eu mesmo. Mas, não só a plateia como as coxias começam a reclamar do atraso:
- Como é, cara? Vai começar ou não esse espetáculo? Vai levantar a espada e só gritar por liberdade? Ou vai fazer de um dilema, o seu próprio destino?
Já passou da hora. E não há mais como fingir não perceber.
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